A falta de segurança dos ciclistas de Ponta Grossa e a
dificuldade do movimento que luta em prol das ciclovias.
Nome: Maykon
Cristiano Lammerhirt
Após
sofrer um acidente no cruzamento das ruas Balduíno Taques com Saldanha Marinho
o estudante de engenharia Marco Aurélio Ligoski teve sua bicicleta totalmente
destruída além de sofrer escoriações no rosto, braços e pernas. O estudante
pedalava com um amigo na tarde de 11 de março pela Balduíno Taques quando um
veículo furou o sinal e antingiu os ciclistas, com o impacto Marco foi lançado
a 3 metros de distancia de sua bicicleta.
Casos
como este tem ser tornado cada vez mais comuns na cidade, segundo levantamente
feito pelo Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa, somente no período que vai de 01
de fevereiro à 26 de março ocorreram 16 colisões envolvendo ciclistas na
cidade, 13 destas envolvendo carros e bicicletas, uma entre caminhão e
bicicleta, uma entre onibus e ciclista e
outra entre moto e bicicleta.
Na
tentativa de diminuir esses números e conscientizar a população acerca dos benefícios do uso da
bicicleta, visando a melhoria na mobilidade urbana foi criado em 2010 na cidade
o Movimento Prociclovias. Segundo Fátima Ribeiro uma das fundadoras do movimento
embora não seja uma organização formal o grupo é atuante na luta da criação de
uma estrutura cicloviária na cidade. "O Movimento ProCiclovias já tentou o
diálogo com o prefeito Pedro Wosgrau por duas vezes, sem sucesso. O secretário
do planejamento José Ribamar Kruger também não se mostrou receptivo à
proposta." esclarece.
Além
de uma opção de transporte sustentável a bicicleta tem uma função primordial na
melhoria da qualidade de vida e saúde daqueles que adotam a prática do
ciclismo. Ainda com as marcas dos ferimentos nos rosto Marco explica que
começou a andar de bicicleta devido a indicação médica. " Eu tinha
colesterol alto e índices elevados de glicose, então comecei a andar de
bicicleta e somente de dezembro até o dia do acidente perdi 7 quilos. No entato
é muito complicado a locomoção do ciclista dentro da cidade o transito é
caótico e não há respeito, por isso opto por fazer trilhas".
De
acordo com o Professor Roque Sponholz formado em Arquitetura e Urbanismo pela
Universidade Federal do Paraná a criação de uma ciclovia em Ponta Grossa é
extremamente possível e fundamental em alguns trechos por exemplo: ligando a
Av. Carlos Cavalcanti à Av. Visconde de Taunay e outro ligando os bairros de
Oficinas a Uvaranas. " A ideia é aproveitar o trajeto da antiga malha
ferroviária que cruzava a cidade, se trata de um projeto simples. Eu mesmo
estive a frente de um projeto de criação de uma ciclovia no contorno leste na
gestão do Ex-Prefeito Péricles de Holleben Mello (2000 a 2004). No entanto com
a mudança de gestão houve mudanças neste projeto e a ciclovia foi
excluída", Informa.
Alem
disso, um regimento interno da Câmara municipal de Ponta Grossa tem atrapalhado
a luta de algumas entidades e movimentos como o Prociclovias. O artigo 192
regimento interno da casa, que existe há mais de 20 anos, prevê que para um
projeto de iniciativa popular ser aceito pelo município deve ser acompanhado de
um mínimo de assinaturas equivalentes a 5% do total de eleitores e que essas
assinaturas sejam compatíveis ao respectivos títulos de eleitor. Logo o
regimento exige que junto as rúblicas seja anexada uma copia do titulo de
eleitor de cada munícipe.
Ermar
Toniolo Presidente do Observatório social de impresa de Ponta Grossa e membro
do conselho de entidades explica que esse regimento é inconstitucional e que
uma Ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) foi protocolada junto ao
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) visando derrubar esse
regimento. "Projetos de iniciativa popular devem ser acompanhados com as
assinaturas de no mínimo de 1% dos eleitores, porém esse mínimo é proporcional
por estado o que em tese eleva esse numero para 3%, esta é a regra básica que
todos devem seguir",explica.
Na
tarde de domingo 4 de março o Movimento Prociclovias realizou no Parque
Ambiental de Ponta Grossa um ato de repúdio ao art 192 pedindo a alteração do
mesmo. Foi realizada uma coleta de assinaturas, além de uma fala do integrantes
do movimento sobre a importância da participação da população em eventos como
esse."O ProCiclovias pretende entrar com um projeto de lei de iniciativa
popular para a aprovação da Lei da Bicicleta. No entanto o artigo 192 tem como
uma das exigências que cada assinatura dos cidadãos que aderirem ao projeto (5%
dos eleitores) venha acompanhada de fotocópia do título de eleitor. Isso
inviabiliza qualquer iniciativa popular. ", explica Fátima.
De acordo com
Ermar o TJ-PR não entedeu a ADIN como assunto de urgência, com isto esta irá
para um colegiado que se reune uma vez ao mês para decidir sobre estes e outros
casos. Além disso, o juiz que cuida destes assuntos, entrou em férias, portanto
a pauta deste mês de março ja esta completa exitindo apenas uma remota
possibilidade dessa ação se deferida ainda neste mês.
Confira vídeo com acidente abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=mu1cl1r0oKw&feature=share